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Uma Visão Microscópica Sobre Colisões: Efeito Compton

  Havendo uma interação entre dois corpos, sendo que um deles esteja em movimento, ou adquira movimento ocorrerá a conservação da quantidade de movimento  a menos que uma força externa atue no sistema.

     Podemos observar a conservação da quantidade de movimento ou momentum linear em várias situações do cotidiano como, por exemplo: Numa partida de bilhar, uma bola transfere seu movimento totalmente ou parcialmente a(s) outra(s) ao entrarem em colisão.

 

Figura 1: Jogador posicionando a bola branca que será responsável por transferir energia cinética a(s) outra(s) bola(s) no momento da colisão. Fonte da imagem: < http://www.techmais.net/2009/03/8-ball-club-jogo-de-sinuca-online-3d.html > acesso em: Jan/2015

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  Este fenômeno físico não está relacionado apenas a sistemas macroscópicos estudados pela Física Clássica como por exemplo as colisões em uma jogada de bilhar, colisões entre veículos ou colisões entre grandes asteroides , mas também a sistemas microscópicos, explicados pela chamada Física Moderna, parte da Física que tem grande destaque na produção e  evolução de muitas tecnologias que nos rodeiam como o tratamento e transmissão de informações através da internet, obtenção de imagens, tecnologia de transportes, funcionamento de sensores como as de portas de shopping e agências bancárias, equipamentos médicos e até mesmo os celulares como os smartphones.

   É importante lembrar que em 2015 celebramos o Ano Internacional da Luz, em comemoração ao aniversário de diversas descobertas relacionadas ao tema Luz e sua interação com a matéria. Dentre estas descobertas, podemos destacar os 110 anos da Teoria de Albert Einstein que explica a natureza da Luz a partir de um efeito chamado de Efeito Fotoelétrico. Einstein comprovou através do Efeito Fotoelétrico que a luz tinha o comportamento de corpúsculos ou partículas de energia (E = hv). Devido esta descoberta Einstein foi agraciado em 1923 com o Prêmio Nobel de Física. No entanto, uma questão a respeito do comportamento da luz se é realmente uma partícula ficou sem ser resolvida. Se a Luz se comporta como partícula (corpo), além de transportar uma quantidade de energia, esta partícula também deve ter determinada quantidade de movimento ou momentum linear , assim como atribuímos quantidade de movimento a corpos que estão se movimentando, por exemplo um carro trafegando em uma rodovia.          Deste modo, relembrando a interação entre bolas de bilhar, quando a partícula de luz interage com uma partícula de matéria (elétron), podemos comparar de forma similar ao bilhar a conservação da quantidade de movimento de uma partícula de luz.

    Toda esta investigação se deu entre 1916 e 1922 quando o físico americano Arthur H. Compton realizou uma série de experimentos e formulou diversas hipóteses para entender como se dava a interação entre raios-x e a matéria. Após alguns anos de atividades em laboratório e estudos teóricos baseados na Física Clássica e na teoria quântica da luz (Física Moderna), Compton ganhou o Prêmio Nobel de Física pela descoberta do Efeito Compton, que confirmou o entendimento da luz como partícula a partir do evento de colisão, assim como estudado na física clássica com bolas de bilhar. Dando prosseguimento a está relação da Física Moderna com o clássico evento de colisão entre bolas de bilhar, vamos destacar algumas definições importantes para melhor entendermos o Efeito Compton.

   Você deve estar associando o que foi dito acima sobre raios-x com a máquina utilizada na área de saúde que captura imagens de ossos. Mas não é bem assim, raios-x é uma radiação luminosa que é produzida através da interação entre elétrons e campo elétrico do núcleo de um átomo. Seria assim: Um elétron ejetado entra numa região que o força a frear e perder sua velocidade. Ao ser desacelerado o elétron libera uma partícula de luz de energia específica que vai 12,4 a 124 eV, chamado raios-x, uma radiação luminosa de alta energia.

   Em seus experimentos, Compton fez incidir um feixe de raios-x sobre um alvo de grafite, como citado acima, afim de entender a colisão entre a partícula de luz (fóton) e a matéria (elétron) que constituem a placa. Para isto, Compton mediu os comprimentos de onda dos raios-x espalhados após a colisão com o alvo de grafite, em várias direções pré-selecionadas, e percebeu que ao contrário do que previa a física clássica o elétron ao receber a energia do fóton, absorve somente a quantidade de energia suficiente para escapar do material e o restante da energia permanece com o fóton que é espalhado em uma direção oposta.  A energia (E) e frequência (f) da partícula de luz são menores, portanto, maior é seu comprimento de onda.

    Para melhor entendimento sobre as ideias de Compton, vamos analisar com cuidado a figura abaixo, que representa esquematicamente o espalhamento de uma partícula de luz (fóton espalhado) após a interação fóton incidente-elétron. Tudo acontece como num jogo de bilhar: 1º) O fóton de raios-x (partícula de luz) viaja com uma quantidade de movimento inicial (Qfóton inicial) e com uma energia (Efóton inicial) representada pela onda azul; 2º) Em seguida a onda azul colide com o alvo de grafite cuja partícula elétron está parada, ou seja, com quantidade de movimento nula (Qelétron inicial=0); 3º) Após a colisão, como é conhecido, as duas partículas que estão interagindo são espalhadas, mantendo a conservação da quantidade de movimento como no esquema a seguir:

 

Q final do espalhamento + Q elétron espalhado Q fóton inicial +Q elétron inicial

 

   Que recai no que já vimos sobre a conservação da quantidade de movimento (Quantidade de movimento final igual à quantidade de movimento inicial). O elétron é espalhado de acordo com uma quantidade de movimento Qelétron espalhado, e consequentemente com uma energia cinética Ecelétron espalhado maior que zero, observando também o fóton espalhado com uma quantidade de movimento Qfóton espalhado, e uma energia Efóton espalhado (onda verde na figura) que é menor que a energia do fóton incidente.  

 

 

Figura 2: A onda azul representa o fóton de luz com uma quantidade de movimento inicial diferente de zero colidindo com o elétron (círculo cinza claro) preso ao grafite que possui quantidade de movimento inicial nulo. O círculo cinza escuro representa o mesmo elétron espalhado para cima com uma quantidade de movimento diferente de zero e a onda verde representa o fóton espalhado com uma quantidade de movimento, energia e frequência menor caracterizando uma onda de luz com maior comprimento de onda do que o incidente. Fonte da imagem: Google. Autor: Desconhecido. 

   Deste modo, a partir da análise de resultados de um evento similar à clássica colisão entre corpos, Compton concluiu que era possível interpretar o espalhamento da radiação luminosa demonstrado na figura acima, como resultado da interação de um único fóton (Partícula de Luz) com um único elétron livre do alvo de grafite. Para chegar a esta conclusão, Compton supôs a conservação de momento linear e energia relativística do sistema fóton + elétron e descreveu o resultado de seu experimento tal qual um processo de colisão elástica. Lembrando o que vimos na aula de Física a colisão elástica é aquela em que não há variação da energia cinética, ou seja a energia cinética antes e depois da colisão se conserva.

   A explicação dada por Compton foi que a radiação é composta por um feixe de fótons (Partículas de Luz) que possui energia. Quando um destes fótons colide com um elétron, parte de sua energia é transferida para o elétron na colisão. O elétron ganha então energia cinética e escapa do grafite e o fóton é desviado de sua trajetória inicial com uma queda de energia – a energia do fóton desviado é agora a energia do fóton incidente menos a energia cinética adquirida pelo elétron.

 Veja a seguir o comportamento do efeito Compton através da simulação:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

     

      Algumas tecnologias tem como princípio de funcionamento o Efeito Compton, possibilitando melhorias na qualidade de vida da humanidade, em especial no diagnóstico de doenças e irregularidades no organismo através da imagiologia.

    É através do Efeito Compton que podemos fotografar estruturas internas como: ossos, ligamentos, músculos, órgãos e até células através de equipamentos sofisticados que utilizam raios-x como por exemplo a tomografia computadorizada.

    Durante um exame radiográfico os raios-x interagem com os tecidos através do efeito Compton que poderá se manifestar com os raios-x ou Gama (mesma natureza dos raios-x) quando tiverem energias iguais ou superiores 1Mev (energia de um milhão de elétrons sendo acelerados devido ao potencial de 1 volt no vácuo) essa energia é muito grande.

   Os fótons desviados não contribuem para a formação da imagem, ou seja apenas os elétrons arrancados do material que interagem com o detector contribuem para a formação da imagem.

Figura 3: A esquerda: placa com fotografia feita através da máquina de tomografia computadorizada. Fonte: Google, disponível em: < http://juniata.germann.zip.net/medicinacienciaetecnologia/arch2012-05-01_2012-05-31.html> acesso em: Fev/2015 e a direita a máquina de tomografia computadorizada. Fonte: Googl, disponível em: <https://portuguese.alibaba.com/product-detail/16-slice-helical-medical-ct-scanner-medical-computed-tomography-scanning-machine-mslct16-r-60592854542.html > acesso em: Julho/2017.

   

Quanto mais nítida for a imagem, maior foi a absorção de raios-x pelo corpo, ou seja, é importante destacar que o fato do ser humano ficar exposto a um número excessivo da radiação liberada no processo é prejudicial a saúde, sendo assim é aconselhável não se expor com frequências a exames de raios-x.

 

ATENÇÃO! Em sala de aula a professora fez uma comparação sobre os eventos de colisões em sistemas macroscópicos e o evento de colisões microscópicas. Agora que você leu o texto e assitiu o tutorial você pode confirmar ou refutar suas observações. Comente suas observações no espaço abaixo.

 

© 2015 por Danyara Soares. Orgulhosamente criado por Wix.com

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